RELÍQUIA DO SANTO LENHO DA CRUZ
Em fins de março de 1959, uma aluna egípcia ofereceu ao Colégio Notre Dame Rainha dos Apóstolos, São Paulo uma relíquia da Santa Cruz, que sua família havia recebido do patriarca de Jerusalém, por serviços prestados à Igreja. Era uma herança que passava, há 500 anos, de geração em geração, sempre ao filho mais velho, como objeto de estimação e respeito.
A família entregou o precioso tesouro ao Colégio, em gratidão pela acolhida que receberam da escola, nos primeiros meses de sua estadia no Brasil. Haviam sido expulsos do Egito, na época dos conflitos no Canal de Suez e do golpe de estado, quando Nasser apoderou-se do poder.
O Colégio tomou uma série de providências para verificar a autenticidade da relíquia:
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Foi aberta a caixinha e foram examinados os papéis que se desfaziam em pó; viam-se sinais hieroglíficos, cuja escrita ninguém entendia. Foi feita, então, uma visita à Abadia de São Bento, São Paulo, onde vivia um Frater armênio, D. Inácio, cuja mãe era Armênia. Ela se prontificou a traduzir estes escritos, mas constatou que eram apenas piedosas orações, em língua Armênia.
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Fizemos nova pesquisa e encontramos uma cápsula esverdeada, em cujo fundo estava grudado o que talvez seria o tesouro anunciado. Com cuidado, desgrudamos o suposto documento e o levamos ao Convento para a tradutora, porém eram somente orações.
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Recebemos, então, uma proposta de D. Inácio: apresentar a relíquia a um irmão idoso, que tinha fama de santidade. Este, com respeito, pegou a cruzinha, colocou-a sobre uma mesa e sobre ela segurou o seu pêndulo. Depois de alguns instantes, falou: “É uma relíquia verdadeira, recebida de fonte segura.”
Com alegria, procuramos limpar a cruzinha que parecia de ferro, mas era prateada; de um lado apresentava a imagem de Jesus Crucificado e do outro, a Imaculada Conceição.
Por dentro, que surpresa: por baixo da lasca do Santo Madeiro, pousava o documento lacrado, atestando a veracidade da origem.
Agora, sim! Não havendo mais dúvida, foi muito grande a alegria em poder oferecer esta preciosidade à Província da Santa Cruz.
A Superiora Provincial, Ir. Maria Irmengarda, a recebeu,
no dia 22 e dezembro de 1959.
Hoje, a relíquia está inserida na cruzinha metálica que se encontra no painel, atrás do altar, da capela da Casa Santa Cruz, em Passo Fundo, RS.